A rapper mineira Clara Lima acaba de lançar o videoclipe de “Bom Dia”, faixa que abre seu novo álbum “As Ruas Sabem”. Gravado nas quebradas da zona oeste de São Paulo, onde a artista vive atualmente, o vídeo conta com a presença de artistas independentes da região, como L e FreezeBoy, e mergulha nas realidades e desafios do cotidiano periférico.
“Bom Dia” foi escolhida para iniciar o disco por sua lírica direta e combativa, que dialoga com quem acorda cedo e enfrenta a rotina dura da rua. Segundo Clara, a faixa representa a transformação da revolta em resiliência, com consciência de quem são os verdadeiros inimigos e a força de quem segue no corre com posicionamento.
Esse é o segundo clipe do álbum — o primeiro foi “Tabuleiro” — e reforça a proposta de Clara de reconectar-se com suas raízes e com o boom bap, estilo que marca o disco. Com mais de 10 anos de caminhada, iniciada nas batalhas do Duelo de MCs em Belo Horizonte e fortalecida no coletivo DV Tribo, Clara chega ao seu sétimo projeto, trazendo uma narrativa de retorno, amadurecimento e afirmação.
“As Ruas Sabem” é um manifesto sonoro dedicado à cultura hip-hop e às vozes que resistem. Com produção de nomes como Madre Beats, Marabá, Teagá, Coyote Beats, DJ Cost, Pizzol, Sartor, Gio Prod, Carla Arakaki e Beat do MK, o álbum reúne 12 faixas conectadas, com participações de Vietnã, Dalsin, Sant, Smile, James Ventura, Mac Júlia e o ativista Galo de Luta, que aparece em um interlúdio potente.
A estética visual do projeto também ocupa as ruas: com intervenções urbanas, pixos e murais, a divulgação se espalhou por São Paulo e foi registrada nos perfis da artista (@claralimamc) e do álbum (@asruassabem). A arte foi idealizada por Carla Arakaki, que também assina a foto do pixo feito por Tex na Vila Borges. A contracapa é da fotógrafa Beatriz Galvão, com um registro de crianças que acompanham Clara em seus rolês pela quebrada.
O show de lançamento aconteceu em 25 de julho, no palco onde tudo começou: o Duelo de MCs, em BH. Uma noite de reencontro, emoção e reafirmação da força das ruas — que, como Clara diz, sempre souberam. E ela também.
Confira: